Paulo Hasse Paixão
Marine Le Pen, a líder de longa data do partido francês Rassemblement National, que lidera as sondagens de opinião para as presidenciais, foi proibida de participar em quaisquer eleições nos próximos cinco anos, na sequência de uma decisão judicial. A líder nacionalista, de 56 anos, foi condenada por utilização indevida de fundos da União Europeia. Para além da proibição de participar em eleições, foi-lhe aplicada uma pena de quatro anos de prisão, dos quais dois estão suspensos, com a possibilidade de cumprir o tempo restante sob vigilância electrônica. Le Pen terá ainda de pagar uma multa de cerca de 100.000 euros.
A decisão do tribunal de Paris
foi tomada depois de Le Pen e vários membros do seu partido terem sido
considerados culpados de desviar fundos destinados a assistentes parlamentares
da UE para pagar a pessoal do partido, entre 2004 e 2016, uma violação dos
regulamentos da UE, que são (propositadamente?) kafkianos, muitas vezes
inescrutáveis e frequentemente ridicularizados.
A juíza Bénédicte de Perthuis [foto], que dirigiu o processo, considerou as ações um “ataque grave e duradouro às regras da vida democrática”, tanto na Europa como em França. Esta decisão afeta a candidatura de Le Pen às eleições presidenciais francesas de 2027. Apesar da condenação, Le Pen e os seus co-arguidos negam qualquer irregularidade, afirmando que as suas ações estavam dentro dos limites legais. Os advogados da mais popular política em França já afirmaram, entretanto, que vão recorrer da sentença.
Personalidades mundiais, como o Primeiro-Ministro húngaro, Viktor Orbán, manifestaram o seu apoio a Le Pen, alertando para o facto de as normas democráticas estarem a ser postas de lado.