quarta-feira, 20 de agosto de 2025

O vento invisível


Marcelo Duarte Lins

Platão nos deixou um aviso que atravessa séculos: não é a vela enfunada que faz andar o barco, mas o vento que não se vê. É uma metáfora simples e profunda. A vida, afinal, não se move pelo espetáculo das aparências, mas pelas forças silenciosas que nos animam: o desejo, a fé, o sonho que insiste em existir mesmo quando tudo parece desabar.

Diante das dificuldades, muitos param, como se o obstáculo fosse o fim do caminho. Mas o que sustenta a travessia não é a ausência de pedras, e sim a presença de sonhos. É o que toca a alma que, em última instância, indica a direção.

O risco é ignorar essa bússola interior e ceder à tentação das maiorias. O erro, ainda que vestido de consenso, não se converte em verdade. O certo permanece certo mesmo quando caminha só; o errado continua errado ainda que receba aplausos de todos os lados.

Por isso, talvez a tarefa mais difícil seja manter o equilíbrio. Nem se deixar inflar pelos elogios, nem sucumbir às críticas. O que protege de ambos é o autoconhecimento — essa forma de serenidade que nos impede de oscilar ao sabor das marés externas.

[Quadro da Quarta] Família

Nina Childress

Anteriores:
Having a coffee 
La Songeuse (A Pensativa) 
Mulher lendo 
La libération d’Orléans par Jeanne d’Arc 
A Leitura de Molière 
Revolução Constitucionalista de 1932 

terça-feira, 19 de agosto de 2025

[Livros & Leituras] Yes Kids

La colère d'une mère face aux nouveaux diktats de la famille


Gabrielle Cluzel, Fayard, Paris, avril 2025, 204 pages.

Nombreuses le subissent, nombreuses l’encaissent en silence. Pour la première fois, une mère de famille exprime son ras-le-bol face aux caricatures et aux sarcasmes et dénonce le discours idéologique du mouvement «No Kids», qui incite les jeunes générations à renoncer à la maternité et moque les mères de
famille nombreuse!

Gabrielle Cluzel nous encourage à ne plus accepter ces piques insidieuses, ces critiques infondées, ces arguments politiques. Elle nous propose une analyse percutante qui s’appuie sur son propre vécu.
Ce livre est une réponse aux déconstructeurs de la famille.
Yes Kids défend les joies d’une maternité et d’une parentalité rayonnantes.

Gabrielle Cluzel est journaliste. Elle est l’auteur de plusieurs essais dont Enracinés (Artège), Adieu Simone (Le Centurion) et Méfiez-vous de la France bien élevé! (Mordicus) 

Can Putin Legally Stop The Conflict Without First Controlling All The Disputed Territory?

Andrew Korybko 

The Constitutional Court would likely have to rule on this hypothetical scenario due to 2020’s constitutional amendment prohibiting the cession of Russian territory except in certain cases

RT’s report on Steve Witkoff’s claim that Russia has made “some concessions” on territorial issues, which signal a “significant” shift towards “moderation”, prompted talk about whether Putin can legally stop the special operation without first controlling all the disputed territory that Moscow claims as its own. He himself demanded in June 2024 that the Ukrainian Armed Forces “must be withdrawn from the entire territory of these regions within their administrative borders at the time of their being part of Ukraine.”

Moreover, the agreements under which DonetskLuganskZaporozhye, and Kherson joined Russia all describe their administrative boundaries as those that existed “on the day of [their] formation”, thus suggesting that the entirety of their regions are indeed legally considered by Russia to be its own. Putin also famously declared during the signing of those treaties in late September 2022 that “the people living [there] have become our citizens, forever” and that “Russia will not betray [their choice to join it]”.

Nevertheless, Putin could still hypothetically “moderate” this demand. Article 67.2.1 of the Russian Constitution, which entered into force after 2020’s constitutional referendum, stipulates that “Actions (except delimitation, demarcation, and re-demarcation of the state border of the Russian Federation with adjacent states) aimed at alienating part of the territory of the Russian Federation, as well as calls for such actions, are not permitted.” “Moderation” could thus hypothetically be an “exception”.

Síndrome de carência de protagonismo


Marcelo Duarte Lins

Um dia você é chamado de “doutor”, “comandante” ou seja lá qual for o título de autoridade civil ou militar.
No outro, é só o seu Fulano da caminhada matinal, a dona Cicrana do pilates das nove, a voz que o neto chama para ajeitar o Wi-Fi.
E tudo bem.

Durante anos — décadas, talvez — você construiu, decidiu, liderou.
Resolveu problemas que pareciam montanhas.
Carregou a casa, a empresa, o Estado — o mundo, quem sabe — nas costas.
Teve horário, metas, gente que dependia de você.
Chamavam, você respondia. Ordenava, e o mundo obedecia. Ou quase.

Mas enquanto o mundo obedecia, havia um outro mundo que crescia — e que, muitas vezes, você mal viu crescer.
Filhos que aprenderam a andar, falar, sofrer e se virar sem você.
No fundo, você prometia a si mesmo que um dia compensaria o tempo.
Esse dia chegou. E, para sua surpresa, não é mais com os filhos — é com os netos.

Agora, o crachá foi entregue, o e-mail corporativo desativado, a agenda virou um caderno de aniversários e exames de rotina.
Um clique silencioso no botão “sair”.
E então começa o verdadeiro login: o da vida que existia por trás da função.

No início, é estranho.
Acordar sem pressa.
Almoçar sem o celular à mesa.
Não precisar provar nada a ninguém.
Parece perda.
Mas, com o tempo, a gente descobre que é ganho.

É quando o ego — aquele bicho barulhento e faminto — finalmente vai dormir mais cedo.
As vaidades começam a se despentear.
E o poder, coitado, vira uma piada interna entre lembranças e ironias.

Conheça a última loja da Blockbuster em operação no mundo

Empresa, que se destacou nos anos 1990 e 2000 pelo aluguel de filmes, chegou a ter 120 unidades só no Brasil

O Dia

Sucesso no Brasil e no exterior nas décadas de 1990 e 2000 com aluguel de fitas e DVDs de filmes, a Blockbuster hoje só tem uma loja no mundo inteiro. A filial, localizada em Bend, Oregon, nos Estados Unidos, ainda sobrevive com venda e aluguel, contando com um catálogo de mais de 21 mil produções. O famoso letreiro azul chama a atenção de colecionadores e atiça a nostalgia do público. 

A empresa também possui uma loja virtual, que vende objetos e acessórios da marca, como camisas, chaveiros, casacos, bonés e óculos.

De acordo com o site oficial da marca, o local é administrado pelo casal Ken e Debbie Tisher. Eles tinham uma loja de videocassetes que se transformou em uma Blockbuster em 2000. Desde então, operam o negócio com a ajuda de familiares.

"Todo o dinheiro arrecadado com a venda de nossos produtos vai diretamente para manter nossa loja funcionando. A maioria dos nossos produtos também é feita aqui mesmo em Bend", diz o comunicado.

[Aparecido rasga o verbo] Por todos os corpos ocultos e insepultos

Aparecido Raimundo de Souza

DO QUE DISPONHO para abrir a boca e gritar por “socorro” ao mundo? Não muitas coisas, acreditem. Apenas um punhado enorme de cadáveres alapados como os segredos que a sociedade enterra em covas abertas em cemitérios de periferias: corrupção, injustiças esquecidas, dores coletivas que ninguém quer trazer à luz do sol. Tenho também memórias encaramujadas: o regresso de personagens imorredouros que voltam à cidade e começam a se deparar com lembranças (ou pessoas) que deveriam ter ficado inumadas. Todos sabemos que por aí, espalhados em cada capital, existem milhares de “crônicas urbanas”. Com elas, a descoberta de ossadas efundidas aqui e ali em terrenos baldios que reacendem as memórias de crimes antigos e o silêncio conivente dos moradores sobrevivendo indefinidamente numa espécie de mar revolto.

Certamente encontrarei uma história familiar, tipo a de um avô que, antes de morrer, deixou pistas sobre algo sepultado no quintal de sua casa, não necessariamente um cadáver, mas talvez uma culpa que ele não conseguiu engolir com um prato de feijão com arroz.  Posso me embrenhar por narrativas reflexivas, explorando como lidar com o que ocultamos ou enterramos dentro de nós mesmos. Obviamente haverá um suspense sutil, umas tantas e quantas revelações criando vida aos poucos, todas, elegantemente com climas de mistérios, sem precisarem ser explícitas ou macabras. Terminaria com um belo humor sombrio, ou seja, “ponto finalizaria” com uma crônica sarcástica sobre como todo mundo tem dentro de si, ou num canto qualquer da casa, “ossadas” em alguns desvãos do piso azulejado. Enfim, num lugar inacessível e bem cimentado aos curiosos e bisbilhoteiros que alimentam a mania da curiosidade aflorada.

Pretendo mergulhar nessa piscina de universo cheio de metáforas com um ar do mais puro impacto. A ideia dos “cadáveres ocultos” como os segredos que a sociedade enfurna, a mim me parece ser um convite para refletir, provocar e emocionar, senão a nós mesmos, os infames e desgraçados que nos cercam. Os antigos costumavam dizer que “os defuntos escondidos sempre encontram um jeito de emergirem de onde vieram”. Às vezes, não são corpos, mas um calhamaço de documentos ou de silêncios oriundos de pactos ancestrais. São, lado outro, histórias que foram engavetadas com fitas adesivas e boas pitadas de vergonha, esperando que o tempo fosse suficiente para apagarem as suas digitais. Na cidade onde cresci, por exemplo, havia um terreno grandioso maior que um campo de futebol que ninguém pisava.

A pergunta que pode ter enterrado uma candidatura

Democracy doesn’t die in one blow

Martin De Luca

Alexandre de Moraes told @washingtonpost his extreme measures are a “vaccine” to save democracy from authoritarianism. The problem is that the cure is killing the patient.

By eroding due process and freedom of expression in the name of saving democracy, he is destroying the very democracy he claims to defend.

This is why the world increasingly views his campaign as lawfare, bending the law into a weapon to silence dissent. Entire platforms banned. Political rivals barred from elections. Citizens, journalists, and even elected officials jailed over speech. These are not antibodies of democracy but symptoms of its decline.

And yet on his wall, Moraes proudly hangs the Declaration of Independence, the Bill of Rights, and the U.S. Constitution while trampling the very principles written in them every day.

Democracy doesn’t die in one blow. More often, it is smothered slowly, “for your own good.”

Absolutely bizarre in Brazil

Lula's ex Justice Minister (who he put on the Supreme Court) barred Brazil's banks from honoring US sanctions by (for instance) closing Moraes' accounts.

But if they do, they will be blocked from world banking systems and barred from business with the dollar, severely endangering Brazil's financial system: all to protect Moraes' authoritarianism.

Título e Texto: Glenn Greenwald, X, 18-8-2025, 20h52

Barroso fecha os olhos para a censura e a perseguição política no Brasil

Leandro Ruschel

Barroso declarou, hoje, que não se aposentará e negou a existência de uma ditadura no país, afirmando que ditaduras seriam regimes com "tortura, censura e pessoas no exílio". 

Mas os fatos desmentem essa narrativa.

Um perseguido político foi preso por uma viagem que nunca realizou e passou dias em solitária, permanecendo meses encarcerado mesmo quando a acusação já sabia da inexistência da viagem. Outro réu morreu sob custódia do Estado, apesar de a própria Procuradoria ter solicitado sua soltura diante da fragilidade de sua saúde.

Há centenas de episódios de censura documentados — inclusive em vigor contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu assessor Filipe Martins. Jornalistas, escritores e influenciadores foram sistematicamente silenciados. Muitos precisaram se exilar. Durante o processo eleitoral, um documentário foi censurado previamente, e incontáveis manifestações políticas foram deletadas em massa das redes sociais por ordens sumárias, sem qualquer direito de defesa. Tudo isso foi exposto pelo X (antigo Twitter) em documentos entregues ao Congresso americano.

Flávio Dino, do tamanho de Donald Trump

Sérgio Pereira

Grande parte dos problemas atuais eu coloco na conta da imprensa. Veja essa colunista, representante máxima do besteirol que falam diuturnamente para blindar o regime e esconder os reais problemas do país. 

TEM CABIMENTO "queda de braço" de um agente minúsculo (no sentido prático, lógico) com o presidente da nação mais poderosa do planeta? A colunista tenta equiparar forças evidentemente desproporcionais para tirar Moraes do foco e alimentar a falsa narrativa lulista de defesa da soberania.

A verdade é que as elites financeiras estão chegando no ponto ideal para mandar toda essa corja, a quem ela mesma alugou o Planalto desde 2023, para o olho da rua. Só falta avisar... a imprensa.
Título: JP; Texto e Imagem: Sérgio Pereira, Facebook, 19-8-2025 

18-8-2025: Oeste sem filtro – Dino tenta blindar Moraes na base da canetada + CPMI do INSS será instalada nesta semana

[Livros & Leituras] O Protocolo Caos

José Rodrigues dos Santos, Editora Planeta, Lisboa, novembro 2024, 624 páginas. 

Um homem encapuzado sai do carro e abre fogo contra a multidão. Morrem dezenas de pessoas, incluindo bebés. Depois do massacre, tira a máscara e revela a sua identidade: Tomás Noronha.

Um polícia na Rússia é alertado para atividades suspeitas na cave de um prédio. O que descobre irá mudar a história do país.

Uma família americana desfaz-se sem que perceba porquê. A tragédia arrasta-a para uma conspiração que vai dilacerar os Estados Unidos.

Uma médica brasileira é perseguida por tentar salvar vidas. Para a ajudar, Maria Flor tem de enfrentar a turba.

Um birmanês tem na sua posse um documento comprometedor. Se quiser chegar a ele, Tomás Noronha precisa de mergulhar no inferno.

A ligar todos estes episódios está uma mensagem enigmática.

Inspirado em factos reais, O Protocolo Caos transporta-nos ao coração da atualidade mais escaldante e mostra-nos como a Rússia e os seus cavalos de Troia no Ocidente usam as redes sociais para destruir o nosso mundo.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Motoristas se escondem atrás de carros em meio a tiroteio na Avenida Brasil

Polícia Militar disse que foi acionada para verificar um roubo na via expressa

O Dia


Motoristas precisaram se proteger atrás dos carros durante um tiroteio nas proximidades da Avenida Brasil, na altura de Barros Filho, Zona Norte do Rio, neste domingo (17). Imagens feitas por uma testemunha mostram pessoas abaixadas enquanto o som de disparos ecoava ao fundo. Veja o vídeo abaixo.

O Juiz Falso: um filme que faz tremer o poder

Diego Muguet

The Fake Judge: A História de uma Nação nas Mãos de um Psicopata. Esse não é um título qualquer. É uma sentença. É o cinema europeu escancarando para o mundo aquilo que muitos brasileiros já sentiam na pele: que a toga virou trono, que a caneta virou baioneta, e que a Constituição, tantas vezes invocada, foi sequestrada por quem deveria protegê-la.

Esse documentário não é só sobre Alexandre de Moraes. Ele é sobre a degradação da democracia no Brasil. É sobre o momento em que um ministro do Supremo se coloca acima dos três poderes, decide o que pode ou não ser dito, quem pode ou não ser preso, quem pode ou não existir no espaço público. É sobre censura travestida de legalidade, sobre inquéritos sem fim, sobre um regime judicial que escorreu para a tirania. 

E o impacto é imediato: duas sessões em Lisboa, duas explosões de bilheteria, casa lotada, público vibrando como se estivesse num julgamento histórico, porque era. O tribunal era simbólico, a tela era a tribuna, e o mundo inteiro começava a assistir o Brasil sendo julgado não pelo povo, mas pela sua própria elite togada. 

E o que isso significa para além das fronteiras? Significa que o Brasil já não pode mais esconder sua crise institucional. A crítica não é mais interna, não é mais de bolsonaristas ou opositores. Agora ela é global, agora ela tem legendas em inglês, agora ela ecoa em plateias americanas e europeias. E quando essa narrativa cruza o Atlântico, o que acontece? Acontece que os Estados Unidos olham e dizem: “então é isso que está acontecendo lá?”. E a tradução política disso é simples: sanções. Mais sanções. Ainda mais isolamento. 

Vasco aplica goleada histórica no Santos: 6x0

O Vasco da Gama fez uma atuação épica diante do Santos e venceu pelo placar de 6 a 0 neste domingo, no Morumbis

França Fernandes

O Santos foi atropelado e totalmente dominado pelo Vasco na tarde deste domingo. O Peixe sofreu uma dura goleada de 6 a 0 do Cruzmaltino, no Morumbis, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro, e o técnico Cléber Xavier viu a pressão aumentar – e muito – no comando da equipe santista. Lucas Piton, David [foto], Coutinho (2x), Rayan e Tchê Tchê anotaram os gols da equipe carioca.

O Santos perdeu o primeiro tempo por 1 a 0 e começou o segundo tempo com duas oportunidades claras de gol. Após o segundo gol do Vasco, porém, o Peixe sentiu. A partir daí, o Cruzmaltino se impôs totalmente e marcou um gol atrás de outro, aproveitando a queda brusca de rendimento do time santista.

Neymar, inclusive, deixou o campo muito abatido e aparentava estar chorando após a goleada sofrida pelo Santos. O camisa 10 foi abraçado no círculo do meio-campo pelo técnico do Vasco, Fernando Diniz.

Com o resultado, o Santos viu a sequência de duas vitórias consecutivas chegar ao fim. O Peixe, inclusive, voltou a ser assombrado pela zona de rebaixamento e aparece, agora, na 15ª colocação, com 21 pontos. Do outro lado, o Vasco deixou o Z4 e subiu para a 16ª posição, alcançando os 19 pontos.

Os dois times, agora, voltam a campo pelo Campeonato Brasileiro. O Santos encara o Bahia neste domingo, às 16h (de Brasília), na Arena Fonte Nova, pela 21ª rodada. Já o Vasco disputa um duelo atrasado da 14ª rodada contra o Juventude, às 19h desta quarta-feira, no Estádio Alfredo Jaconi.

O jogo

Com oito minutos, o Santos teve sua primeira oportunidade da partida. Em cobrança de falta rápida, Neymar foi acionado e enfiou boa bola para Guilherme dentro da área. O camisa 11 chegou batendo colocado de primeira, mas Léo Jardim fez a defesa tranquila no centro do gol.

[Sétima Arte] O sexto sentido

O Sexto Sentido (em inglês: The Sixth Sense) é um filme de thriller psicológico americano de 1999, escrito e dirigido por M. Night Shyamalan. 

O enredo gira em torno de Cole Sear (Haley Joel Osment), um menino perturbado e isolado que afirma poder ver e falar com os mortos, e um psicólogo infantil igualmente transtornado (Bruce Willis), que busca ajudá-lo.

Lançado pela Buena Vista Pictures, através de seu selo Hollywood Pictures, em 6 de agosto de 1999, O Sexto Sentido recebeu aclamação da crítica, com elogios às performances do elenco (particularmente as de Willis, Osment e Toni Collette), atmosfera, direção e o surpreendente plot twist.

O filme foi indicado ao Oscar em seis categorias: melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro original, melhor ator coadjuvante (Osment), melhor atriz coadjuvante (Collette) e melhor montagem. O filme estabeleceu Shyamalan como um cineasta preeminente de thrillers e apresentou ao público do cinema suas características, principalmente sua afinidade por finais surpreendentes.

O Sexto Sentido também foi um sucesso comercial, arrecadando mais de US$ 672 milhões em todo o mundo, tornando-se o segundo filme de maior bilheteria de 1999 e o filme de maior bilheteria de Shyamalan até então.

Sinopse

O psicólogo infantil Malcolm Crowe (Bruce Willis) é um respeitado profissional que aceita tratar do caso de Cole Sear (Haley Joel Osment), garoto de 8 anos com dificuldade de se socializar na escola e que afirma ver "gente morta".

domingo, 17 de agosto de 2025

Trump e Putin no mundo adulto

Walter Biancardine 

O filósofo brasileiro Olavo de Carvalho disse, há quase dez anos – com a crueza que separa adultos de meninos – que “um dia, EUA e Rússia se entenderão, dividirão o mundo em dois e a União Europeia vai tomar no que lhe resta de cu”. Pois bem: o encontro de Anchorage foi a fotografia da profecia em fase de revelação. Dois homens num carro blindado, um bombardeiro fantasma riscando o céu, e a Europa olhando tudo de fora, fungando a vidraça. Não é “fim da história”; é retorno do velho mundo, com a etiqueta trocada.

Comecemos pelo quadro: neste recente 15 de agosto de 2025, Trump recebeu Putin na Joint Base Elmendorf-Richardson, no Alasca. Houve aperto de mão na pista, passeio conjunto no banco de trás da The Beast – quebra de protocolo que não se faz sem mensagem – e show aéreo com um bombardeiro B-2 escoltado por caças F-22, sinal de que o anfitrião trouxe seus anjos silenciosos para sobrevoar a conversa. O encontro durou perto de três horas, terminou sem cessar-fogo para a Ucrânia, mas com “acordos em maioria dos pontos”, convite de Putin para “a próxima em Moscou” e um Trump rebaixando a retórica de sanções “por ora”. Os fatos estão aí: não há tratado, mas houve coreografia, e a coreografia – espero que saibam – é a linguagem dos impérios.

O efeito imediato foi um clarão no horizonte estratégico: Trump saiu dizendo que o caminho não é “cessar-fogo”, mas acordo final – uma linguagem que Moscou aprecia porque congela conquistas no terreno; Kiev range os dentes porque vê nisso a possibilidade de “paz” com fronteiras amputadas. A imprensa internacional dividiu-se entre “passo útil” e “capitulação simbólica”, e os fact-checkers prepararam o já tradicional cinto de utilidades para moldar ambos os lados às suas narrativas. Nada de novo sob o sol, exceto o essencial: Estados Unidos e Rússia sentaram-se a sós para tratar de uma guerra europeia, com a Europa assistindo escondida, da porta de seu quarto e, quando muito, soprando ao ouvido de Kiev o que ele deve pedir. Eis a humilhação civilizatória que Bruxelas – a raiz do mal e da frouxidão – finge não notar.

[As danações de Carina] Brejo de Jacó

Carina Bratt

DONA PERERECA DO OLHO VERDE era uma mulher de poucas palavras. Contudo, carregava em seus costados, muitos segredos. Confidências, como uma síndrome do arco da velha. Quando saia à rua, para fazer supermercado, a sua figura simples e jovial se transformava num rosto fechado, ao tempo em que o seu olhar se fazia enigmático. Pelo sim, pelo não, esse modo de agir deixava transparecer a quem se encontrasse com ela, a dúbia impressão de existir algo profundo. Algum motivo escuso que a anciã escondia a sete chaves por detrás da máscara da sua aparência serena.

Os vizinhos contíguos, apenas especulavam, mas, na realidade, ninguém realmente sabia o que se passava ou o que rolava além das paredes de sua residência, uma espécie de fortaleza erigida num quintal imenso, sem falar no casarão que lembrava a casa de Margarida Bonetti (1). Essa bela construção se via cercada por um muro demasiadamente alto, o que impedia os bisbilhoteiros de plantão xeretarem além do que se fazia permitido.

A bem da verdade, quando ao debandar para a rua, e voltava cheia de sacolas de compras, escancarava um pesado portão de ferro deslizante que emitia um som lastimoso sobre trilhos cobertos de grossas camadas de ferrugens oxidadas. Somente nessas oportunidades, tudo o que um dia prosperou em um espaço acolhedor, se moldava em lembranças de um pedacinho da mais pura luxúria dos idos de outrora. Havia uma piscina em forma de coração repleta de água podre e escura.  Logo à frente, ao entorno da casa, uma quadra cheia de árvores centenárias dava conta do tamanho do abandono que perdia o viço a cada novo raiar de dia naquele pedaço que em tempos distantes brilhava aos assombramentos dos moradores mais longevos.

Do contrário, o portão cerrado, vivalma conseguia vislumbrar coisíssima alguma. Belo dia, Manhoso, o cachorro dela, um Labrador Retriever por puro descuido de sua dona, fugiu. A casinha onde ele dormia, incrivelmente partiu atrás. Desde esse dia, ambos nunca mais foram vistos. Menos de uma semana após esse evento, embrenhada em idêntica rota de sumiço sem vestígios, dona Perereca do Olho Verde, igualmente pareceu (ou pelo menos deu a entender) ter seguido mesma rota, como se no mesmo plano traçado, tivesse sido engolida pela Terra.

Resquícios da visita matinal ao X...


[Antigamente] Imagem e Som


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A preto e branco 
Mui amigo 
Cigarros 
Quais dessas moedas você já utilizou? 

Onde é? Qual o nome? 😉