Humberto Pinho da Silva
Durante longos anos ouvi diariamente comentários e pareceres de amigos e conhecidos, e frequentemente escuto na cafetaria, onde todas as tardes tomo o reconfortante cafezinho, conversas sobre os mais diversos assuntos.
De tudo que ouvi e escuto, conclui que a maioria
das pessoas são, como dizia o mendigo de Joracy Camargo, "pensam que
pensam, mas não pensam". São simples repetidores do que ouvem ou
leem dos fazedores de opinião.
Os pareceres variam, em norma, consoante a posição
que se encontram no xadrez da vida, alteram-se com a situação econômica do
momento.
Poucos são os que possuem convicções e certezas
fundamentadas – ainda que asseverem que as têm...
Se perguntarmos a ferrenho torcedor a razão de ter
aderido a certo clube desportivo, não saberá, por certo, responder.
"Sou, porque sou", argumenta; ou porque
o pai já o era; ou simplesmente para ser do contra: a família torcia por outro
clube.
Acontece, igualmente, na política. Poucos
militantes conhecem a ideologia e os estatutos. Basta-lhes repetirem o que diz
o líder; os mais fanáticos, mesmo reconhecendo o erro, são incapazes de o
reconhecerem.
Infelizmente o que se passa no desporto e na política, ocorre algumas vezes, na religião.